“A esmo”
(Eritania Brunoro)
Escrevo e deixo-me ser guiada pela inspiração.
Ao comando da emoção,
Vou seguindo as linhas que não cantam.
Traço em cada contorno, uma letra,
Persigo as que se desenham na solidão,
Certa de que como flores, palavras se plantam.
Escrevo e deixo-me perder num devaneio.
Inquieta, eu busco a perfeição do amanhã.
Anoitece, lentamente, à tarde ínfima,
Eu escrevo, sem saber bem para quê.
Escrevo e deixo-me perder nas linhas.
São rabiscos, apenas, mal traçados,
Não se alinham, nem ao menos se querem bem.
Não sabem o que dizer um para o outro,
Assim, como não sei o que de fato me convém.
Resposta:
“Tuas rimas”
(Luiz Henrique)
É patente. Tuas poesias suplantam
As mais intensas e verdadeiras emoções
Tuas rimas mais que cantam, encantam
Entoam os ritmos das mais belas canções
Só tua modéstia te levou a definir
Como sendo mal traçados teus escritos
Se tamanha sensibilidade fossem rabiscos
Meus versos proscritos não haveriam de existir
Se você se deixa perder nas linhas
Ao escrever tão belos e sábios sonetos
É que embora não saibas - parece adivinhas
O quanto teus poemas me inspiram duetos.
No mais, poetisa:
Se não sabes ao certo o que te convém
Creia-me - é mal dos poetas – eu também
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Foto: google
Autoria desconhecida