SAÚDE!
Obrigado…
Eu não bebo.
Não…
Nada contra o mergulho público da embriaguez
ou a altivez da dose que lubrifica as palavras.
O álcool não me serve a bebida que o alcoólatra envenena
ao deixar a sede no piloto automático.
Conhaque,
cerveja,
vermute,
vinho…
O mais inofensivo calmante social já cala meus sonhos
dando ao fígado o chicote cru dos torturadores,
mas posso citar bebidas especiais
destiladas no paladar do vento
e envelhecidas na sabedoria do tempo.
São licores de inúmeros sabores
a depender do pomar que deu ramo ao sabor,
e devem ser ingeridos na mesma taça
onde o beijo ensaia seu mergulho.
Os amados, por exemplo, costumam brindar-se
com sereno filtrado em véu de noivado…
(MAURICIO C. BATISTA)
Mesmo o mais simples calmante natural
inibe a vontade de um sonho
que não despertou de um pesadelo
o qual a alma desprezou.
Não condeno os apreciadores dos mais finos licores,
mas prefiro ficar à deriva
apreciando os valores da vida
do que escondida atrás de uma taça de ilusões
tentando enganar a consciência e meus vilões internos.
Os amantes preferem brindar o amor
com o mesmo licor que o beijo destilou…
(ESTRELA BRILHANTE)