RECOMEÇO
E quem é que nunca tropeçou?
Quem nunca caiu?
Quem não sentiu o gosto de terra na boca?
Diga-me, quem?
Às vezes...
Um tropeço mesmo que nos machuque,
Leva-nos um pouco mais à diante
Uma queda inconsciente e inesperada
Permite-nos vôos ainda mais esplêndidos
Saborear a terra, em sua mais forte acepção...
Desistir? Nunca! Os humilhados serão exaltados
Ainda que a dor seja latente
Que os pedaços se esparramem
Que saiamos procurando a mão que nos empurrou...
O fato é: há que se levantar
Tudo dói inevitavelmente
É quase sobre humano suportar
O ego pode vir a espedaçar-se
Mas, ora a Deus e segue tua estrada
A tua hora chegará
Grandes homens perderam tudo o que tinham
Entretanto, reergueram-se e mantiveram-se de pé
Porque não deixaram que tirassem a sua dignidade
Ergue a cabeça, olha o horizonte e mantém-se com a tua
Que as pedras do caminho
Não sejam motivo para desistir da caminhada
E que haja sempre um oásis depois da curva
Para matar a sede, tomar fôlego e recomeçar
Respirar, pensar, agir e recomeçar...
Dá-nos sempre a possibilidade de um novo final.
Alex Meireles Tavares & Célia Cena