CENA MUDA
Escrevo poemas, invento cenários
pintados de tintas frescas, afago
teus pensamentos em signos fáticos,
sonhando com atos de amor.
É que, o que penso, nunca falo, e
falo, às vezes, o que não penso.
O que sinto, de fato, tímido bate a
porta da garganta, avisando-te
da minha presença.
Abre-me a porta da saudade e
inavade esse coração sem pena.
Partiste, sem que nunca houvesse
chegado... Saudades de um amor
sonhado. E com a paciência de quem
vai tirando a forma do barro, nós
vamos compondo a nossa precária e
vasta eternidade em cenários e atos
dessa vida que se faz teatro.
o.vasconcelos & Ignez Sparapanni