TELA MATUTINA
Teu corpo em desnudo florescer
é notícia em carícia de sol...
Pétala de canção no refrão de um beijo,
residência comum ao perfume e ao verso...
Resumo tingido de um vôo pousado em nudez
ante o olhar acampado em seu deslumbramento.
É bramido de mar no cantar da maré baixa...
Véu de espumas... estranho tear...
Fios de luz desfazem os novelos da noite
costurando a manhã no passo nu do teu afago.
Teu corpo é estrela que brilha
como ilha acesa na realeza da noite
onde o náufrago no olhar se apóia
feito bóia deslizando para o infinito...
(MAURICIO BATISTA)
Meu corpo é a lira encantada
que em melodia se declara
para numa manhã radiante
em teus braços sonhar...
Meu despir matutino tem o tato de um hino
que teu olhar de menino se deslumbra sem pressa
e guia sua sede rumo a um oásis de poesia...
Meu corpo é como o canto do mar
anunciando o raiar de um dia
que a noite despiu em ritmo de melodia...
(ESTRELA BRILHANTE)