Papo de amigo...

MEMORIES OF A GENTLEMAN!

18/02/2010
Salvador, muito, muito calor em 2010.
São 22:27h.

Incentivado por um amigo distante, estou escrevendo sobre mim... Putz! Tô escutando Gloria Patri, de Vivaldi! Que coisa mais linda e psicodélica! Como é vasto o poder da música em mim! É infinito! Bem, voltemos ao que interessa. Hoje levantei às 11h depois de uma noite de insônia. Deve ser por conta dessa última semana trocando a noite pelo dia no Carnaval... Esse solo de violino me desconcentra! Ok, de volta, meu dia foi bem monótono e atípico: Graxeirei a casa do meio dia às 18:30h. Há dias que o telefone não toca! Parece que ninguém tá muito a fim de saber de mim...
[...]
Sim, mas voltando aos amigos, estava me sentindo super só e deslocado esses dias, mas nenhum telefonemazinho! Estou ligado a muita gente, mas sinto que pouca gente está ligada a mim... Anne Frank escreveu em seu diário: “Uma pessoa pode se sentir triste e sozinha, mesmo rodeada de gente, só por não ser a “única” de alguém”. É isso! Na verdade, eu quero um amigo ideal, igualzinho a mim, que loucura! =) Estou insatisfeito hoje...
[...]
Me sinto como Mrs. Dalloway, dando festas para encobrir o silêncio... [...]
Acho que por hoje é só. Estou agora (23:30h), escutando “Orfeo”, de Monteverdi – primeira ópera registrada na história. Triste e psicodélica, pois trata do drama de Orfeo e Euridice. Há poucos dias do casório, Eurídice é picada por uma cobra e morre. O psicótico Orfeo, decidi ir ao mundo dos mortos resgatá-la, mas no final, por uma fraqueza de Orfeo, Euridice é fulminada por um raio e volta para Hades como um fantasma. Às vezes, é preciso confiar cegamente para se conseguir algo e não ceder aos desejos e caprichos da mente...

Até breve.
Gentil Carlos Eduardo.

..................................... R E S P O S T A !

18 de março de 2010
Sertão brabo... Aqui o calor já não é novidade!

Amigo,
Antes de qualquer caractere, devo declarar como me sinto grato por confiar parte de suas memórias... E me desculpar pela demência em responder-te!

Ora, ora, ora... No dia 18 de fev. estavas arrastando correntes, hem?! Normal! Têm dias que mais parecem noites sucumbindo-nos com seu negrume frio e solitário! Dias assim, servem para descobrir quão bom é ser feliz, como perder tempo cansa e desvaloriza o dom de ter um coração bombeando sangue por caminhos internos que respigam vida. Mas, afinal qual vida você quer?

Temo o ser o humano, pois ele tem uma tendência suicida de se acostumar com a dor; mais que isso (!), de ser apegar a dor. E quando o sofrimento parece dissipar ganhando forma insignificante, bate aquele desespero, aquela loucura e incerteza se irá suportar a ausência da amiga constante: a sofreguidão!

Então, tranca-se envolto as estratégias de mortificação e maus-tratos, acompanhado por uma dose forte de música funesta e dolorosa para gerar lágrimas grossas e quentes, queimando o movimento pela esperança. Portanto, cuidado se for o seu caso!

De fato, diletíssimo amigo, podemos viver jorros de felicidades, sucesso profissional, roupas com etiquetas,
ostentando o peso do luxo e elegância. Podemos frequentar espaços finíssimos, conhecer lugares longínquos e encantadores, beber da melhor garrafa, comer a mais saborosa iguaria, falar diversas línguas... mas, sem amor nada seremos! Não é mesmo?

No entanto, o amor foge, escapa entre os dedos como água que cai da torneira. O amor rejeita, assim como um corpo estranho em nossa pele! Talvez ele, o amor, estivesse
chegado, contudo estavas ocupado com devaneios e lutos. Depois, como ser feliz a dois, a três, na multidão se não sabemos viver sozinho? Tenho razão?!

Por fim, que tu estejas sóbrio... não se dope. Não ligue o som no volume alto para confundi os ruídos dos teus fantasmas. Encare-os de frente por mais medonhos que sejam. Eles se enfraquecerão frente a tua coragem e insistência por dias festivos. Saudades de você!
P.S.: Comentarei os outros escritos... Abraços brabos! Rsrs...

Toni Souza.

..................................... R É P L I C A !

Salvador, Em 22 de abril de 2010
São: 20:03h.

Olá Tony, como tem passado?

Recebi no msn uma mensagem sua sobre a publicação desse "artigo" em um site. Quanto a mim, sem maiores problemas. Apesar da minha exposição, [...].

Na resposta que você me mandou é a sua visão sobre o que escrevi, mas não concordo com muita coisa. A sua leitura é que a dor de certa forma me conforta e eu uso uma espécie de "morfina" (no caso, a música), para curtir essa dor "de boa". Ocorre que a música é o único casamento que deu certo pra mim, ela sempre está aqui para me apoiar. Como uso lentes corretivas, posso não ter enxergado mesmo o "amor verdadeiro" por aqui, mas não creio que ele tenha aparecido mesmo, pois a minha vida amorosa, bem sabes, vem sendo construída com pequenos contos de fadas eslavos (daqueles que nunca dão certo no final), mas continuo na busca (nos lugares certos ou errados, não sei) e nutro esperanças.

Por fim, não tome isso como uma resposta rude ou ressentida, apenas estou fazendo uma réplica para que os fatos fiquem os mais claros possíveis, valeu?

Amo-te amigo!

Abraços.
Gentil Carlos Eduardo

..................................... T R É P L I C A !

Itiúba, 22 de abril de 2010
São: 21:49h.

Oiii Gentil Amigo!

Adoro ler o que você escreve... Na real (!), eu sou fã da sua sensibilidade. Então, obrigado pela permissão e... Acho que você também não entendeu parte do que eu escrevi, rsrs! A música ali não era uma “morfina”, um “analgésico” ou qualquer membro do diversificado grupo de drogas usadas para aliviar a dor. Era uma figuração, uma analogia... Enfim, a música alimenta a alma! No entanto, não vou tentar consertar, as palavras têm uma função dúbia e andrógena... Podem se revelar diferentemente a partir dos óculos de quem ler.

É imoral, ilegal e engorda... Rs...! É crime lesar a liberdade!

Amo você também Amigo!
Obrigado!
Toni Souza.




Imagem - Fonte: Google

 
Toni DeSouza e Carlos Eduardo
Enviado por Toni DeSouza em 22/04/2010
Reeditado em 17/08/2014
Código do texto: T2213448
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