TEMPERO DO TEMPO
...Qualquer sinal de amor
terá seu tempo
num tempo que pode até ser o destempo,
mas se verdadeiro for
que importa porque veio?
E também, sem contratempo
sem tropeços e espasmos
entregue ao vento
adormecendo em seu hálito
mais um quê de delícias
um quê de amores
que encerra a ausência
e mãos misturam-se com lábios...
num hábito desconhecido,
nada parecido com aquela visão aprendiz
que por vezes, cobre-se em brancas cataratas
só para brincar de não ver
e adiar o instante maior
aquele, lembra-se?
sorrindo à toa, pés numa boa
desalgemado no amanhecer...
Dado ao relento
tendo na brisa seu termo
cego de Amor e Poesia
sorrindo, agora, frutificando
esvaindo-se de alegria
encontrando em versos mireicos
o que jamais fora encontrado
liberdade, amor, harmonia
Rindo de algemas, de nescios e puros
confessando-se de tempo em tempo
em páginas simples e amantíssimas
que cada momento vale a pena
e cada pena tem seu tema
mas juntos, poema em flor confissão
a tempestade de amor
encontram-se corações...
(Versos de Luiz Eduardo e Mirea)