Entre amigas

Amiga,

O que está acontecendo na sua vida?

Porque tanto desalento e vazio

E esta espera pela partida que há muito já foi

Onde está o seu amor que de longe se sentia

Mesmo quando em você viver doía

Passávamos horas rindo de nossas agonias...(Rose Stteffen)

Amiga,

nada aconteceu. Foi o tudo

que me fez assim vazia

de risos, de sonhos e de alegria.

O amor, Amiga, foi a exceção

e a contrapartida. E meus

padrões, embora limpos,

ficaram meio que à deriva.

Nada, na verdade, estava escrito.

A linha da vida continua em desalinho.

Não surgiram ápices, nem tampouco raízes

porque o tempo do nada, abocanhou o ninho.

E fui braseiro, fumaça e cinzas

como um vulcão que se desenhou sozinho...

Mas e você, Amiga?

Como conseguiu conter a sede da vida?

Em quais lugares escondeu os risos,

deixando que o outono

roubasse seus sonhos da primavera?

Ah! Amiga, viver dói demais

mas eu ainda quero a dor da vida...(VestidadeÁgua)

Amiga,

Você falou em ninho

Nele eu colocava alimentos

Um dia o descobri vazio

Minha sede de vida nunca saciada

Continua a procura de uma fonte

Mas agora não mais de sonhos

Mas de realidades ainda que amargas

Meu sorriso ficou encoberto

Nas névoas das descobertas que fui fazendo

Vi-me tolamente assoprando brasas

Que há muito estavam apagadas.

A vida dói mesmo por ser vivida

Mas Amiga,

Diz-me como encontrar um sonho

Que nos faça ir além de viver a vida. (Rose Stteffen)

É, Amiga.

É preciso mais que um amanhecer.

Muito mais que um anoitecer.

Sim, é necessário um reverter.

Ou talvez, um inverter

que nos faça sobressair nas névoas.

Que tal um gargalhar de alma?

Riso cristalino, como no princípio...

A ele? (VestidadeÁgua)