A GRANDE CILADA!
Eu pensei que o amor fosse uma invenção
De poetas, lunáticos, líricos e sonhadores
Que o descrevem movidos de boa intenção
Construindo um canal neural de condutores
Tudo que se dizia dessa forma de emoção
Fosse o fruto de uma inversão de valores
Nada provável na práxis da experiência
Uma espécie de falso artifício da razão
E nem imaginava o que seria uma paixão
Que até ultrapassasse o verdadeiro amor
Mas percebo que o intuito não é fortuito
Há uma libido que desperta os sentidos
Aguçando o calor, a magia e a imaginação
Faz tudo cor-de-rosa, colorindo seu sabor
E nesse trajeto incerto se dá a combustão
Que aquece e acelera pontos de explosão
Foi assim que um dia olhei em teu olhar
Vi o teu jeito, teu carinho e o teu sorriso
Passei então a ficar atento de sobreaviso
A cada um dos seus atos... Absorvi no ar
E quase cai do galho sem nem acreditar...
Que estava diante de um fato consumado
Assim com meus botões refleti sem parar
Devo então, tomar atitude e me declarar
Dá-me tuas mãos, ouve meus batimentos
É o batuque do coração feliz e arrebatado
Que se insinua... Ora lento, ora apressado
Pois amar é o mais belo dos sentimentos
E não há nesses instantes como se escapar.
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes