ENTRAVES


      (Inspirado no poema "Questão sem Questão", de Kathleen Lessa)


Minha fala trava,
Mas minha alma não cala
E sempre meu olhar entrava
Entre o deve e não deve
Das mãos querendo bulir
E o coração querendo
Fugir, ou fingir.

A dor do amanhã
É não saber do hoje
Se hoje não doer,
Depois fazer o quê?

Meus pés...
Estão rés ao chão
E quem diria,
Meus passos são rodados
E minhas alpercatas
Precisam de ar comprimido,
Às vezes vão
A 25 kilometros
Num caminho comprido.

O absurdo e perceber
Que o amanhã
Pode vir vazio
Das coisas que hoje
Deixei de fazer,
A vida fica por um fio.

Aí é que a gente
Num anda mesmo,
Até em sonhos
Fica a esmo.

O mundo...
Gira em torno de si mesmo
E de outros
Será o tempo?

 

Walter BRios
Enviado por Walter BRios em 02/04/2010
Reeditado em 20/07/2013
Código do texto: T2173271
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