POBRES VERSOS (com Arão Filho)
Há em mim um’alma amorosa,
Que se debruça pela solidão;
E repousa com o cálamo na mão;
E copia a poesia esplendorosa...
...A ofertar-te com a alma rindo,
Perfumada de ti e de amor;
Vestida de encanto e aura de flor,
E o meu coração... Que lindo!.. Lindo,
Abre os seus átrios descompassados;
Deixa seus umbrais escancarados,
A mostrar um céu de belos sonhos...
Toma esta alma, do teu amado;
Leva contigo meus rabiscados,
Os pobres versos que a ti componho...
VIRTUDE DE UM POETA
(Mario Roberto Guimarães)
Há nos versos que dedicas à musa
Uma espécie de canto de amor
Que se ouve, com tal esplendor,
A fazê-la ter a alma confusa...
Dás a este soneto uma cor,
Que parece um pintor que abusa
Do talento e, de forma profusa,
Faz da tela, U'a fonte de calor.
A maior virtude de um poeta
Há de ser o ter a alma repleta
E transbordante de inspiração,
Mas é a musa a razão concreta
Pela qual nosso verso se completa
E explode, a saltar do coração.