OUTONO....LAYARA E HELENA GRECCO
Outono...
Outono...
Folhas soltas na calçada.
Arrepio lento.
Passos vagarosos.
Vontade de pensar...
Caminhar de olhos no chão
A construir uma história
nos jardins imensos de Arco-Verde
[Este lugar imaginário por onde
caminham meus sonhos]
Outono...
Uma sensação estranha
no gemido do vento
que vem da montanha.
Cheiro forte de boteco
numa mágoa solta!
Sentir-se sozinha
no meio das vidas.
Outono...
Frutos maduros.
E eu aqui parada.
Uma ferida enorme.
Uma vontade enorme!
E nada se constrói.
Sou parasita do tempo lento.
Outono...
[Layara]
Outono...
Meus sonhos voam junto aos ventos de outono...
Alguns perderam-se pelos caminhos.
Em meio às estações.
Ah.! Estes sonhos que se tornaram alados
E foram arrastando as minhas emoções.
Amareladas lembranças
Folhas outonais caídas ao chão...
E nesta alameda outonal
Desfilam cores, os meus momentos
Desalentados pensamentos
Sonhos, que como as folhas, vem e vão
Mas sei que ali, depois da curva final
Há uma promessa de amor no céu azulado:
Pois as folhas escondem as sementes
Que num outro ciclo de vida, numa próxima
estação
Enfeitarão primaveris paisagens
com os verdes da brotação!
[Helena Grecco]
**Obrigada ao poeta Eurípedes Barbosa Ribeiro, pela linda interação.
AGUAS DE MARÇO
**Caem as ultimas aguas de março
*Fechando o verão*Como diz o poeta na canção
*Conhecida*
*A minha amendoeira está despida
*Num funebre aspecto
*Que é promessa de vida.
**Confundo estações
*Sentimentos e sensações
*Secaram meus mananciais
*Minhas folhas caidas*O vento levou
*No que restou*Não restaram ais!
**Tenho cá meus brotos
*Um tanto rotos
*Mas brotos
*Floresço e me frutifico
*E ainda que a morte queira me levar
*Digo sim a vida
*E fico!**
(Euripedes Barbosa Ribeiro)