Um grão de areia

Sou duna

sou grão

destino que sopra

para imensidão.

Sou talvez essa partícula

que está em suspensão,

menos poro, mais película

nessa era da ilusão.

Sou anátema esquecida

nos porões da insensatez,

cuja alma deprimida

busca o senso da altivez.

Sou assim desde o princípio

que o fim redesenhou

e no meio desse fato

pouco ou nada, em mim restou.

Tenho destino incerto

sou metáfora

sou razão

minha solidão não é tão só

meu silêncio, um sopro morno

que vai e volta, sem estar em lugar algum.

Ainda assim, holofotes me perseguem.

Itabira MG/Natal RN

Marçal Filho e Conceição Bentes
Enviado por Marçal Filho em 28/02/2010
Reeditado em 13/07/2015
Código do texto: T2112852
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