Um grão de areia
Sou duna
sou grão
destino que sopra
para imensidão.
Sou talvez essa partícula
que está em suspensão,
menos poro, mais película
nessa era da ilusão.
Sou anátema esquecida
nos porões da insensatez,
cuja alma deprimida
busca o senso da altivez.
Sou assim desde o princípio
que o fim redesenhou
e no meio desse fato
pouco ou nada, em mim restou.
Tenho destino incerto
sou metáfora
sou razão
minha solidão não é tão só
meu silêncio, um sopro morno
que vai e volta, sem estar em lugar algum.
Ainda assim, holofotes me perseguem.
Itabira MG/Natal RN