DOCE PRESSENTIMENTO
Em meus devaneios...
Elucubro do começo
Ao fim e pelo meio
Aqui neste endereço
Eu sonho que me vês passar
Estou ali para te acompanhar
E eu, sem olhar nada, passo
Em versos que faço e traço
O coração ao compasso do passo
Pressente como o brinde de taças
Bate um batuque de dança na praça
Em um alvoroço que é um colosso
E imagino que olhas com graça
Com a altivez de uma garça
E imagino que possas me olhar
Curiosa a tudo quer auscultar
Ou talvez queiras que apenas passe
E somente me admires sem pressa
Eu não sei
Como hei de saber?
Mas parece que me esperas
Ou que desejas que te queira
Sinto isso nas palavras não ditas
Momentos antes de te ver aparecer
E...
Esperarás por mim sinceramente?
Já disse, não sei
Não sei dizer
Asseguro-te que de minha parte
Se não te encontrar corro risco de enfarte
Se te vejo simplesmente surgir
Porque haveria de buscar-te
E deixar-te ir?
Como qualquer ser
Que vai e vem...
Sabes que te quero, meu bem
Não conterei meus impulsos
Se o que fazemos mesmo é ir e vir
Mas não te deixarei mais partir
Antes meus erros irei corrigir
Cantar, sorrir e não fingir
E dar asas imensas
À nossa emoção
Rompendo de vez com a solidão
Em nosso pensamento...
Para haver maior encantamento
Mas tu me vês, eu sei, eu sinto
E não nego e nem minto
Que me sinto em um labirinto
Mas o que não sei e pressinto
É se tu me vês...
Com algum sentimento...
Ora... Tolinha!
Tu estás inteirinha em mim...
E já és minha do principio ao fim!
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes