Em mim o reflexo da dualidade
cada lado com sua personalidade
divididas por uma linha ao meio
para lá e para cá, em movimento
como levada e guiada pelo vento
muitas vezes sem saber usar o freio


Um dos lados é como a noite escura
na solidão que sempre me tortura
sem esperança no novo amanhecer
vivo das lembranças amarguradas
na mente ainda todas relembradas
logo apagadas no meu adormecer

No outro lado vejo outra trajetória
consigo ultrapassar a linha divisória
saudando o dia, com a nova alvorada
no fim do túnel uma forte claridade
que me traz uma suave serenidade
e assim vou vivendo mais motivada

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Dualidade
 Lúcio Reis

 

Separada na troca do brilho pela negritude

Na transformação do claro em preto

Quando conduz normalmente a inquietude

Plantando histórias de capitulo maldito

A bondade acompanhada pela claridade

Ao dar a mão para a maldade

Mostra claramente do ser essa dualidade

Que acomete ilustre personalidade

Deixando em todos enorme perplexidade

São os labirintos indecifráveis

Que ora dão acesso a corredores afáveis

Ora para o insalubre e inconfessáveis

São os subterrâneos pessoais

Inesplicáveis

E quando raiam o extremo e desleais

Equiparados aos atos irracionais

Trazem a comoção como fruto de uma ficção

Mas que de verdade são roteiros de uma real lição

A provocar mil e uma exclamação

Seguida do espanto e decorrente interrogação

Como? Porque? Não dá para entender

E jamais dará, mesmo ao se ver

Pois o homem é capaz em seu ser

As vezes para buscar o ter

Ou apenas defeitos satisfazer

As mais diabólicas práticas promover

Assim foi, é e será na história que vamos ler.

Belém do Pará

30/12/09