AOS QUATRO VENTOS

Olá, tudo bem com você, carinho?

Venho até aqui para falar baixinho

Que andei um tanto ocupada também

Com assuntos que tanto nos convém

Conte-me tudo o que fez, meu docinho

Não tema em abrir todo seu coração

Diga se ainda sou o seu querer bem

Ou se no meu lugar há outro alguém

Confidencie-me sem nenhum receio

Até posso vir a ajudar nesse e-mail

Guardo os segredos, sou um diário

Sua palavra é cultuada como relicário

Sou um túmulo e/ou confessionário

O que me disser morre e enterro

Não precisa fazer nenhum rodeio

Abra-se por inteira sem fronteiras

O que me disser ficará guardado

Nem mesmo consulto lembranças

Sob uma senha que só você tem

Fico numa atenção como ninguém

Diga-me tudo seguindo o alfabeto

E verá como sou um amigo discreto

Cruzo o deserto sem beber um pingo

Você bem sabe que é o meu dengo

E eu só contarei para quem nasceu nu

Colocando palavras no bico do urubu

E/ou à imensa torcida do Flamengo

No Mural, Recanto e aos quatro ventos

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes