OUTRA CHAMA

Cheia de um vazio imenso

A aflição corrói meu peito

Causando inevitável efeito:

Alma, mente e corpo tensos...

Cheia de um grande vazio

Taça amarga já transborda

Comendo dores pela borda

Sinto meu verso por um fio...

Vejo a chama se apagando

Nas querências desse ardume

E uma tez que traz negrume

Sobrepõe a luz brilhando...

E então busco outra chama

Quero sempre em brilho estar

Minha paz vem no poema

Que acabei de recriar.

Lena Ferreira/Marçal Filho

Rio/Minas

15/01/10