Sem Ingressos – Seilla Carvalho e Júlio Nessin
Diante da enluarada promessa dos amantes
Deleitosos são nossos roteiros
Que deságuam emoções entrecruzadas.
Anunciando e vertendo... a vitalidade carimbada
No ingresso que inquire novas formas de ser...
(Seilla Carvalho)
Renascendo a cada amanhecer
O Sol retoma a madrugada dos amantes
Que dantes estavam enluarados
Aos deleites nos mergulhos de leites esporrados de prazer
Sensação de gozo que o corpo inflama e a alma sente
Neste eterno-presente, impresso no vir a ser...
(Júlio Nessin)
Amanhece no ensurdecer desses passos
E já não sabemos que caminho seguir
Meu bilhete de passagem: um riso solto feito com bico de pena
No mapa indelével que trago no meu ventre
Beijado nos trajetos, nas zonas neutras do devir...
(Seilla Carvalho)
Admiro e miro os contornos do teu corpo
Teus olhos que fitam o horizonte
Teus pés que cruzam o monte
Tua boca que sorrir silenciosamente
Inextinguível paisagem rebelde e serena
Dos códigos traçados sem bilhetes de passagens
Nem vistos de retornos por não ter aonde ir...
(Júlio Nessin)
Essa rota imprime paralelos no entardecer
E em infindas possibilidades... Reencontram-se!
Onde os vetores imaginários se cruzam,
Traçados nos meridianos do anoitecer.
(Seilla Carvalho)
Um novo dia que começa se finda
Noutra noite que vai chover
A escuridão devassada em raios
Faz-me abraçar o meu corpo
Fingindo um quase morto
Buscando em mim mesmo
Os fluidos que vem de você...
(Júlio Nessin)