Sem Ingressos – Seilla Carvalho e Júlio Nessin

Diante da enluarada promessa dos amantes

Deleitosos são nossos roteiros

Que deságuam emoções entrecruzadas.

Anunciando e vertendo... a vitalidade carimbada

No ingresso que inquire novas formas de ser...

(Seilla Carvalho)

Renascendo a cada amanhecer

O Sol retoma a madrugada dos amantes

Que dantes estavam enluarados

Aos deleites nos mergulhos de leites esporrados de prazer

Sensação de gozo que o corpo inflama e a alma sente

Neste eterno-presente, impresso no vir a ser...

(Júlio Nessin)

Amanhece no ensurdecer desses passos

E já não sabemos que caminho seguir

Meu bilhete de passagem: um riso solto feito com bico de pena

No mapa indelével que trago no meu ventre

Beijado nos trajetos, nas zonas neutras do devir...

(Seilla Carvalho)

Admiro e miro os contornos do teu corpo

Teus olhos que fitam o horizonte

Teus pés que cruzam o monte

Tua boca que sorrir silenciosamente

Inextinguível paisagem rebelde e serena

Dos códigos traçados sem bilhetes de passagens

Nem vistos de retornos por não ter aonde ir...

(Júlio Nessin)

Essa rota imprime paralelos no entardecer

E em infindas possibilidades... Reencontram-se!

Onde os vetores imaginários se cruzam,

Traçados nos meridianos do anoitecer.

(Seilla Carvalho)

Um novo dia que começa se finda

Noutra noite que vai chover

A escuridão devassada em raios

Faz-me abraçar o meu corpo

Fingindo um quase morto

Buscando em mim mesmo

Os fluidos que vem de você...

(Júlio Nessin)

Seilla Carvalho e Júlio Nessin
Enviado por Seilla Carvalho em 15/01/2010
Reeditado em 12/05/2013
Código do texto: T2030313
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