Ego de Vidro
Sou estilhaços
Da tua catedral de vidro
Lançados a um córrego de sangue vasto,
Cristais vermelho ferrugem, cacos de coágulo.
Sou artéria obstruída pela dor,
Lambendo feridas minhas próprias fraturas,
Segunda mão e antebraço, fazendo intrínsecas trincas,
Tranqueiras trancadas de estilhaços.
Âmagos amargos tenho eu
Tônicos tontos trazem você
Em tantas vias de questão sórdidas,
Na sorte da cartomante.
Sonho blues, sou sépia imagem minha
Na catedral, na dinastia,
Nas prévias de minha poesia.
Jarro de cacos na multidão.
Eliz Moraes (versos ímpares)
Leandro Lourenço(versos pares)