Lírios de madrugada
Neste amor que nasceu numa manhã de primavera
Eternizou-se em desespero e amargura
Romperam-se os laços de ternura
Tu voejaste a outra esfera
E os anos passaram e a secura
Tomou corpo nesse enredo de cativeiro
Tu algoz, eu prisioneiro
Cativo numa existência sem doçura...
Crepúsculo da luz do sol se tornou
_Álgida noite se aconchegou_
E em mares diluvianos de lamentos
_ intempéries do tormentos_
Se cansou apaziguando esse langor
_corpo e alma em torpor_
Esse trilho de amargura
Que guardo no recôndito coração
Adormeço em minha solidão...
Agora o dia nasce com brilho numa madrugada
Em que os lírios campestres me saúdam
A verde esperança me aguarda
Os desamores acabam...
Tetita
Denise Severgnini