MARCA
Eu olho a marca branca que ficou
Da sua presença na parede nua
Em que a dor da mágoa transformou
A minha vida na ausência tua!
Não olhe a marca, é o fim
De minha presença nua
Não fui eu quem quis assim
Foi somente culpa sua
E na moldura vazia desse quadro
Revejo a cena que ela protegeu
Naquela noite de veneno amargo
Que sem piedade o meu copo encheu!
A cena que você fala
Que com certeza, esqueceu
Não era veneno amargo
Você era o amor meu
E se agora a vazia moldura
Protege o nada em que se transformou
Ainda é muito se for comparada
Com as verdades de quando me amou!
É verdade, muito lhe amei
Mas você tudo mudou
A verdade hoje é mentira
E muito me machucou
Sou sincera em falar
Que lhe amo ainda, eu sei
Mas com tanta comparação
Não tenho certeza, talvez. (João Braga/Lilicys)