Poesia Medieval
Novas Infinitas
Mote
Co'essas palavras já ditas
Digo que habitas em mim
Digo por fim que me incitas
Sei que acreditas, enfim...
Resposta
Sei que acreditas enfim
Apenas não o queres declarar
Teu orgulho é tão grande
Que te não deixa falar
No ano em que nascemos
Sob o mesmo tecto lunar
Foi sinal que nos marcou
Que não é pra duvidar
Os mesmos sinais na nascença
Que nos ditou a sentença
Pra longes terras partimos
Sem nunca nos conhecermos
Mas dentro de mim vivia
Um sinal que desconhecia
Que vibrava e me dizia
cousas que não entendia
E nessa terra longínqua
Nossos fados se encontraram
Quando teus olhos nos meus
Sem palavras se falaram
e no mesmo livro da vida
a escrita nos revelava
Assinalados à nascença
E a pertença firmada
Em terras de luas cheias
e de mouras encantadas
Chãs de mistérios muitos
Sitios de encantamentos
de guerreiros que demandavam
a terra santa em sofrimento
Em telúrico chão firmada
de gente temerosa e crente,
e de heróis de muita glória,
que marcaram a nossa história.
Mudados de terra em terra
Nossos trilhos se cruzava
e o destino se mostrava.
Nas tuas mãos depositei
minha vida com fervor.
Entre encontros e desencontros
mais firme era o meu amor
Abismos nos separaram
e meus olhos tristes te choraram
Deportada desse bem
Triste cansada desesperei
Novas vieram um dia
Depois de longo desespero
Em que eu soube te perdera
De meu rosto a cor perdida
Longos sois da minha vida
e a ventura nos juntou
novamente e mais um dia
Juntos carpimos a agonia
Dessa gloria destroçada
Era tarde outra vida
já vivias e eu amortalhada
E a esperança foi enganada
Mas a alegria de te ver
De teus olhos contemplar
De tua voz escutar
triste adeus a despedida
marcaram-me nessa desdita
De tta
30-10-09