EXISTENCIAL (com Flávio Fogaça)
Não sei quem ou o que sou...
Eu não sei!
Não me descubro dentro de mim.
Dentro, existe apenas o caminho
Por onde andejo sem destino,
Destino daqueles que amam.
Sou anjo bom aos olhos que assim me vêem;
Ou demônio, aos que quiserem.
Sou, estou...
Depende da lua, do sol,
Do horóscopo, das mutações do tempo.
Sou a metamorfose infinita de um ser
Amorfo preso num eterno casulo kafkaniano.
A lente do meu perfil
Não reflete o verde que trago n’alma,
Não trago escrita na testa,
Sou a medida certa do meu ego,
Indiferente ao ângulo e visão
De cada um que me vê
E do meu prisma, deslizo no tempo
Sem o controle de quem me controla.
Nada contra o ‘contigo’,
Mas na viagem íntima do meu ser
Já me basta estar comigo.
Visito outros mundos,
Ocupando meu lugar no espaço
E não importa a distância.
Se ela se faz presente,
Cerro as pálpebras,
Sonho...
E ela não mais existe.
E nessa quimera posso ser ou estar
Em qualquer lugar.
Abandono a teia que me prende
E meu espírito se liberta...
À procura de uma resposta.
Flávio Fogaça
& >>KCOS<<