MAGESTADE MÃE TERRA
 
O sol a pino no céu límpido e majestoso.
Aqui, acolá, formando ramalhete frondoso
e atravessando campos de flores coloridas
vou colhendo perfumes e matizando a vida
 
mas toda a vida que a humanidade precisa,
ela mesma, ao progresso, submissa enterra
só os versos mais sublimes de uma poetisa
pode replantá-la, dia a dia, nesta terra.
 
suaviza o ar da manhã as gotículas de orvalho,
saltitantes e atrevidos, de galho em galho
clamam o canto dos pássaros, minha atenção,
anunciam o amor à esse apaixonado coração
 
como místico profeta, o canto da seriema
anuncia que se aproxima o fim da precipitação
das águas da chuva sobre o sagrado chão
da mãe terra que, tão bem, cantas em poema.
 
contemplo extasiada o esplendor da mãe natureza,
da águia alçando o vôo em magistral beleza,
magnífico quadro pintado pelo autor da vida,
gerando nos recônditos de sua essência a sobrevida.
 
Ah! poetisa, mostrando-nos que não há limites
em todo esse grande esplendor, o divino Criador
permitiu inúmeras regalias à geniosa Afrodite,
nossa tão formosa e dominadora deusa do amor.
 
pendem frutos das árvores altivas e frondosas,
que mesmo ulceradas pelas pedras dolorosas
oferece ao predador seu alimento, sem medida
e a sombra amiga, muitas vezes imerecida.
 
Mas é claro! Amor de mãe não tem medida
e esta Terra Mãe, se mantendo sempre protetora
de todos nós, seres humanos e ingratos filhos seus,
será eterna advogada, perante o julgo de Deus.
 
a primavera faz sonhar com magnífico fadário,
conspira e trama para eu poetizar esse cenário,
curva meu espírito perante tamanha dádiva radiante
nesse encontro de paz e harmonia exuberante.
 
E quando essa exuberante primavera se vai,
deixa-nos à todos os mais loucos desejos de verão,
até o outono e o inverno retomarem sua missão,
pra assimilarmos os sublimes ensinamentos do Pai.
 
que a cada novo dia possa eu me deliciar à contemplação
que deixo, muitas vezes, por falta de tempo e atenção.
Mãe natureza, criação abençoada do Pai Universal,
presente magnânimo de seu banquete espiritual!

Moly / Fernando Alberto Couto

Moly
Enviado por Moly em 08/11/2009
Reeditado em 19/04/2010
Código do texto: T1912682