DUETOS SÃO PÉROLAS

Duetos são contas de pérolas enluaradas

Nascem e crescem em conchas fechadas

Que vão a cada verso formando enredos

Em sublime, viril e sensual aprendizado

Compondo rosário de contas enfileiradas

Para depois desfilar em pescoços femininos

São histórias vividas, divulgando segredos

Que tornam elegantes e vistosas as meninas

Em rimas, versos e estrofes entrelaçados

Nos balés clássicos de dois seres abraçados

São flores cultivadas em hortos de inverno

A perfumar ambientes delicados e serenos

Depois, belos jardins a beira mar plantados

Inspirando situações e romances apaixonados

Com ternuras e promessas de amor eterno

A formar casais enamorados a amar ao luar

Alguém compõe o verso e se deixa completar

E declama o poema com ardor de nos encantar

Em um encaixe de idéias empáticas inusitadas

Sons inaudíveis e telepáticos no ato de duetar

O quadro formado é pintado e bordado no ar

Tantas são as facetas que temos de expressar

A vibração é festa como em duas almas intensas

Estão unidas fatalmente como gêmeas siamesas

Versejar propenso que colocam logo tudo à mesa

Em fantástica identidade de conceitos em comum

São ideais geminados com sabor de framboesas

Que se desenvolvem ao sabor gostoso da natureza

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes