QUANDO OS MEIOS EXPLICAM O FIM

QUANDO OS MEIOS EXPLICAM O FIM

(UM DUETO DE NOS DOIS)

Como posso dizer que te quero, se eu não posso mais ser quem eu não sou?

Como posso então dizer “Eu Te Amo”, a alguém que não me dá valor?

Como posso desistir da alegria de viver, pra sentir a agonia de você?

Se não podes viver pelo meu lema, se não podes ser o que planejei;

Se não podes deixar a alegria, e se; não queres deixar o que deixei...

Então se vá! Esqueça-se então do meu amor;

Pois sou marquesa, isto, conquistei com ardor.

Sim, sim, eu sei que és dama; com título e com fama

Sim, és dama de beleza e de fulgor.

Mas sei que sou sofredor, um mero, um menino carente que precisa de amor;

Também sei que a senhora é prepotente e já me causa dissabor.

E é por isso que não mais te quero, pois vives a expor meu saltejar

Me irritas, me fazes arfar; contigo eu não consigo a minha classe aparentar;

Aparta-te de mim, não quero mais conversar.

Então eu vou; vou-me ereto, estou certo que na vida um amor é pra amar,

Que um sentimento é como roupa; veste a gente,

E que a dois, a convivência é um trocar; é compreender, é se dar, é tolerar.

Não me comovo com palavras escondidas e nem quero minha alma ocupar;

Com amor, com sentir, com repartir

Pois tenho medo e não consigo dormir

É que, no fundo no fundo mesmo, os meus queixumes não quero deixar.

Assim termina um grande amor que tinha tudo pra durar;

Intrigas, ambições, intolerâncias, ironias; com o partilhar,

Transformou em lixo uma linda história do amar!

Por H.F.Costa