MEU SONHO PROIBIDO - RR & Dedete
Eu:
Falo aos meus anelos que necessito esse verdor de teu olhar;
Para neles me afogar, para embrenhar meu despudor nessa paixão;
Que me fez escravo da tua mão, que ao pecado induz meu caminhar;
Paradigmas a se despedaçar - leis subjulgadas por irresistível transgressão!
Ela:
Faço um desenho ateu com a mira de meus olhos verdejantes;
Transgrido leis escritas em desejos, sem questionar essa paixão;
Na ilusão de única dona ser do teu coração, rendo-me a ti,
Insana de sanidade, concisa e permissiva, minha metade te darei, sem subjeção!
Eu:
Que seja, pois, puro deleite a magia dessa estrada;
Faz-me vítima dos poderes de fada que a lascívia te confere;
Vem impetuosa e me fere com a fome de carícias mais indomada;
E que me seja eternamente dada a fonte insaciada que te ferve!
Ela:
Me remonto em direções geográficas amando-te sem destino;
Seremos dois seres entregues à luxúria dessa viagem sem volta;
Busco o alimento vital em tua alma, fonte pura da vida;
Sinto a devassidão dos caminhos que se abrem em tua pele de menino!
Eu:
Não seja o meu futuro em nada oposto ao que presume o sonho;
Eu te proponho ultrapassar o que te obrigam as muralhas;
Sei que são várias as vias proibidas desse incolor mundo tristonho;
Porém aqui no meu te ponho, te escravizando em minhas leis despudoradas!
Ela:
Tu serás aquele que com juras abrasadoras ultrapassará os tempos;
Tendo o coração em segredo dormirás o sono que já me deito;
Na difícil passagem do óleo sobre a água, do cerne sobre a razão;
Aquilatarás velhos laços, cautelosos em doces caminhos do coração!
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Impossível abdicar do sol matinal, impossível desencantar-me da tarde litorânea, impossível ignorar a disipação da relva sobre os montes - impossível me cansar de contigo duetar. Grato, minha deusa dos olhos de mar!