O TOMA LÁ, DÁ CÁ!

Se eu, um dia, fosse um poderoso rei

Subscreveria a importante lei do cão

Para ser cumprida em todo o seu teor

Pelos nobres e vassalos em igual valor

E pelo meu reino mandaria meus arautos

Ao encalço dos insubordinados incautos

Para dar ciência por todos os recantos

Como era antigamente na Lei do Talião

Fazendo com que virasse convenção

E assim determinaria seus ditames:

Jamais amar alguém sem ser amado

Protegendo, assim, seus sentimentos

Nunca desejar a quem não fosse amar

E não se encantar sem ser encantado

Procuraria portando orientar o coração

Para que não pudesse praticar a traição

E se alguém burlasse essa lei real

Seria punido com um amor letal

No qual jamais se satisfizesse...

Impotente e sem excitação afrouxasse

Viveria um amor vão e impossível

Que levaria às portas da sandice

Mas que atingisse até a eternidade

Acorrentando a quem o possuísse...

Seria incurável, daria insanidade

E que essa lei partisse do princípio

Unindo como ponte a dois precipícios

Mais verdadeiro que a gente conhece

Dizendo claramente com todas as letras:

Algo de bom para todos os que sofrem

Haveria a força arrasadora de uma prece

Porque se alguém não nos ama

Melhor bater em outra freguesia

Nem venha aqui para esta cama

Cultuar a sua hostil e vil hipocrisia

Quem não ama e nem nos inflama

Se não vive e só reclama... E padece

Ah! ...Também assim, ninguém merece!

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes