PROCESSO DO AMOR
No silêncio inquieto da noite
Ouço o vento uivante e solto
Parece no meu corpo um açoite
E ponho-me a meditar carente
O que está acontecendo com a gente?
A aproximação pelos versos eternos
Sua alquimia que invadiu e adentrou
Seduziu e formou o processo poético
Que marca a ferro e fogo o nosso ego
Onde as almas uníssonas se completam
Cobertas pelo manto indelével da ternura
Inspiradas namoram com intensa doçura
Foi um mantra sussurrado com brandura
Tramado em noites de refinada loucura
Tendo ali no mar uma estrada prateada
Iluminada pelo rastro deixado pela lua
E meus olhos fixos em tua imagem nua
Amalgama da carne, corpo, espírito singelo
E nada mais nos separa pelo uso nas sutilezas
Fluídas emoções que declamam um poema belo
Agora imortalizadas como sinfonias acabadas
Compostas como se os dois transcendessem
Dando delicado sentido a um projeto grandioso
Que pelo uso da sensibilidade e do sentimento
Descobrindo e provando o momento venturoso
Tempo e espaço como milagre desaparecessem
Abrindo a perspectiva de unir sonho e realidade
Assim saboreiam a eternidade profunda da vida
Dueto: Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos
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