“Pontuando”
(Eritania Brunoro)

Nas vírgulas, contemplo o horizonte,
O que ainda há por ser dito de ti.
Vago nas curvas bem traçadas de cada letra.
Me perco nos círculos que vou encontrando.
Procuro avistar uma reticências
Para largar, em voo livre, meus pensamentos.
Por vezes, me choco com uma interrogação,
Sem saber de onde você vem ou mesmo quem é.
Preferiria avistar uma exclamação,
Uma razão para um ousado "deixar-me ir".
Imortalizo minh'alma nas paradas,
Nas frases, todas para mim, inacabadas,
Porém, fadadas por um ponto final.

Resposta:

“Pontuação”
(Luiz Henrique)

Nessa tua pontuação
vê-se mais dúvida que certeza
Há muita interrogação
Imprima poetisa, à tua vida, leveza

Faça teu vôo livre e talvez mais atrevido
Melhor um doído amor a não tê-lo vivido

Ouse dar seguimento à vida
Vagueie nas curvas sinuosas da paixão
Sem pensar em quem sou ou quem és
se “o coração é mais sábio que a razão”
Despreze a interrogação e, ao revés
Adote por padrão as reticências
Transforme fantasias em vivências

Não fale, ousada ou timidamente em ir
Se em verdade não for teu desejo partir
Será pro teu bem, não será pro teu mal
Iniciarmos um parágrafo, sem ponto final






  • poesia com registro de autoria
  • foto: "Carta de Amor..." - Autor: Maria Isabel Batista