TAMBÉM MORRE-SE NA ALMA...
Carmen Ortiz Cristal

Não há lágrimas nem dor!...
Apenas uma imensa tristeza
Um nó na garganta,
Um querer e ter tanto a falar
Infelizmente impera a razão
Já não importa mais nada!...
Tudo é parte de um passado...

As lágrimas que chorei
As noites de insônia
Num leito vazio,
No peso da solidão,
Desejando tua presença,
Teus carinhos, teu beijo ardente,
Contigo, fazer amor com paixão,

Do sonho acalentado,
de juntos, rir e chorar, amar...
Brutalmente acordei!...
Hoje, nos reversos da vida,
Abatida no que tinha de melhor
O melhor de mim e era teu...

Desprezada, repudiada...
Afogada em tanta desilusão
De alma tão frágil, não resistiram,
Os sentimentos morreram...
Hoje sou um deserto sem oásis...
Não há mais nada em mim,
Nada mais importa!...

As lágrimas secaram...
A dor acabou...
Apenas a tristeza,
A tristeza de ter sido jogada
Empurrada friamente a outros braços
Como se fosse algo descartável,
Incomodo, que o bom mesmo,
Seria livrar-se do estorvo...

Rasgaste minhas vestes,
arrancaste meus pudores,
em palavras feriste de morte meu coração
deixando-me, nua diante da vida,
uma vida que tanto sonhei ser nossa...
Quanto engano!... Para ti não passei
de um fardo sem serventia!...
Quanta falta de sensibilidade!...

Mas não tem nada não!...
Por tua vontade,
Aquela que tanto te amou,
Que por ti enfrentaria o mundo
Conquistaria o universo...
Já não mais existe
Em outro leito,
entre outros braços
Que não eram os teus,
Despediu-se da vida...

Por tua vontade
Tua incapacidade
De ver o que te era dado,
O amor mais puro que alguém já sentiu
Que como uma flor te ofereceu
A mais singela das flores,
Meu amor por ti!...
Morreu... Acabou.

Carmen Ortiz Cristal
Santo André
SP-BR

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SEMENTEANDO A ALMA...
PRINCIPS

Pois que sou teu Jardineiro Amor meu!...
E tua flor, não permito morrer,
Tão pouco outro te fazer sofrer
Não permitirei enterrar este grito teu.

Quero sementear em teu âmago a esperança
Em teus jardins o colorido da vida
Nas águas de tua renovação sem despedida
Trago-te adubo da terra sem cobrança

Meus instrumentos para minha colheita
Será você com as verdades da sabedoria
E as lágrimas que não chorastes à regalia
Serão minhas mãos, o carinho sem suspeitas

Minha colheita será o dia radioso de tua vitória
A espada cintilante da rosa vermelha erguida
Com os espinhos retirados da dura história
Mas com certeza vindoura da batalha vencida

Jamais te sufoque a alma do frio gélido
Das perdas vãs de lutas não tombadas
Colho agora nosso entender em camadas
Sede renascida para tornar-me lépido.

Sou teu Jardineiro enfim...
E sementeio teu amor aos jasmins,
A nós dois cabe ser assim
Um reencontro de vida sem fim...

Princips

 

 

 

CCristal e Príncips
Enviado por CCristal em 20/06/2006
Reeditado em 05/08/2023
Código do texto: T178845
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