Diga-me apenas... amor 


Onde andas... Luz dos meus olhos?
Por quais caminhos desfilas os sorrisos
Sem os quais não sei viver?
Em que boca depositas os meus beijos?
E os desejos? Onde andas a satisfazer?
Ah amor meu... Por onde andará você?
Os meus olhos já não te alcançam;
O seu perfume misturou-se as flores;
Nossos caminhos se perderam;
Não acharás minha doçura
No aconchego de outros amores!
Porque foges do sentir que lhe traz vida?
Ignoras a felicidade,
Procuras a liberdade em um amor pela metade?
Acaso não sabes que só somos felizes completos?
E que a parte que te completa
Mora em meu peito
E anda perdida e chorosa
Longe da parte que também lhe falta....
Ah amor meu... Por onde andará você!
Quanta saudade dos beijos meus!
Devolva-me logo este amor que é teu...
Antes que eu morra metade,
Longe do amor meu!


Estou por aí... Andando. Louco,
errante... a esmo.

Sigo na estrada da ilusão, e por entre rosas e oliveiras.
Vou polinizando corações,
De Cervantes e Dulcineias.
Medeias, Julietas, Catarinas, Marietas e Beatrizes de Dante.
Com o amor que me ensinastes.
 
Fito os olhos de tempos que já não existem mais,
Devorando ensinamentos em amantes que não me vêem
Para curar as feridas de seus tristes ais.
Sigo beijando a boca da noite com sofreguidão e açoite
No insano contratempo em que a alma se satisfaz
De amores e atores que jamais se reciclam.
Estou na rua, e sou lua.
Envolto ao sol, girassol.
No coração,
Sou sua eterna e guardada paixão.

Com saudades de teu carinho
Vagueio...
Mas minha sina é ir sozinho
Brotando em qualquer rincão
Ou ensejo.
Minha fagulha de saudades
Finquei em teu coração
De beijos e desejos
Que sei. Não foram em vão.
E na brisa de pressentimentos
Em Oiapoques e Chuís
Eu giro.
E vôo nas asas do vento
Que me levarão de volta a ti... A qualquer tempo.
 
RO OLIVEIRA & BERNAR