"Como Borboletas"
(Eritania Brunoro)

Seguindo os seixos do caminho,
Inundo-me nas imagens contempladas.
Seja eu quem for, neste momento,
Desconheço as essências que me permeiam,
As querências que a mim povoam, num intento
De torpes sensações e devaneios que semeiam.

Estou fugindo do ser que em mim habita,
Das armardilhas inventadas pelos sentimentos.
Se hoje sou o ser que desejaria,
Certamente, que ainda não me descobri.
A algum lugar eu sempre me deixaria
Alada, como as borboletas que eu vi.

Andarilha pelas flores e seus perfumes.
Um quê desponta ao longe, no horizonte.
Graça de tudo e ao mesmo tempo de nada,
Onde o sorriso é apenas a máscara que visto.
Esconder a face, que de lágrimas, encharcada,
Junto às borboletas, nessas paragens, existo.

Resposta:

“Meu Jardim”
(Luiz Henrique)

Os seixos dos teus caminhos
Não comprometem a beleza de tuas cores
Se num momento deparas espinhos
Detenha-se mais tempo na beleza das flores
Em nossos poemas voamos sozinhos
Por esperarmos o maior amor dos amores

Renda-se ao ser que habita em você
Neste momento é o que de fato existe e possui
Nossa alma inquieta nos leva a tecer
A idéia errônea que um grande amor sempre rui
Igualmente não sei se sou o que penso ser
Já saíste do casulo, se é livre teu vôo, dele usufrui

A harmonia que imprime em tua dança
Resistindo ao vento, são de rara beleza pra mim
Tuas lágrimas polinizam vida, poetisa criança
Permeias essências tal como perfume de jasmim
Não me basta ter de você saudosa lembrança
Andarilha borboleta, voe em direção ao meu jardim






  • poesia com registro de autoria
  • Foto: Borboleta Noturna - Autor: Luis Ferreira
  • copiada da internet: www.olhares.com