EMPRÉSTIMOS A PERDER DE VISTA

Empreste-me seu olhar

Mas não o quero só para fitar

Mas para poder ver o mundo

E tudo do qual ele é oriundo

Com olhos de ver

Quero ver além

E enxergar o bem

Empresta-me a sua boca

Que sempre me pôs louco

Para eu deixar nela

Não só os meus lábios

Mas minhas sensações

Empreste-me seu sorriso

Que chega sem aviso

Para saber como é sorrir

Quando eu estiver triste

Empreste-me o seu carinho

Que me dá devagarzinho

Para eu, com ele

Roçar minha pele

Encontrando na vida, o paraíso

Aqui onde vivo sem juízo

Empreste-me seu afeto

Moço tão esperto

Para eu descobrir

A quem você quer bem

A quem passa a pé ou de trem

Empreste-me a saudade

De todas as suas idades

Para eu ter certeza

Se me quer por perto

Empreste-me o coração

Para eu aferir a sua paixão

Saber se já tem dono

E se nele consta meu nome

Pois dizem que ele é terra

Agreste que cultiva boas preces

Onde ninguém caminha

Mas espero minha rainha

Empreste-me sua ilusão

Sonhos e quimeras em profusão

Para eu guardá-los

Junto com os meus

Empreste-me seu amor

O qual guarda com ardor

Mesmo que seja

Só por um segundo

Para dividi-lo e multiplicá-lo

E poder esparramá-lo

E que ao devolvê-lo

Com o maior zelo

Seja tão intenso

Valioso e generoso

Tão profundo e verdadeiro

Maior que o mundo inteiro

Que modifico com ele

Eu, você, eles e o infinito

Para que tudo mais fique bonito!

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes