“Intempestivo Sentimento”
(Eritania Brunoro)

Que vã não seja essa minha existência,
Presa aos ardis inconsequentes da vida.
Libertária é minha impregnada essência,
Que comunga do singrar dessa partida.

Penso em decapitar a minha memória
Para que de você ela não mais se recorde,
Reinventando, assim, uma honrosa história,
E meu coração aflore ao som d'um acorde.

Dai-me emplastros p'ra tratar dessa dor,
Que dilacera minha carne de forma voraz.
De onde verte assim esse vulgo amor,
Veemente, ardiloso e de força tenaz?


Resposta:


“Não me esqueça”
(Luiz Henrique)

Se me amaste, tão inteira e intensamente
Quanto me faz crer pelo teu doído poema
Estás criticando - leviana e severamente
Tua existência nem de longe foi pequena

Não desejo que auto destrua a tua memória
Corrompendo neurônios para que enfraqueça
Nenhuma experiência em nossa vida é inglória
Não me lembre demais, tampouco me esqueça

Não te dou todos os emplastros que tenho
Somente da metade posso dispor pra doação
O outro quinhão para uso próprio retenho
Nenhum egoísmo - e sim, por idêntica precisão






  • poesia com registro de autoria
  • Foto: Bondinho de Santa Teresa RJ
  • Autor: Luiz Henrique
  • Internet: olhares.com/luizhenrique