O Medo de Amar


Só,
espero,
espero,
tu chegares,
espera breve,
espera longa ...
Mas, espero ...
Volta logo !
(ivi)

Além deste horizonte que hoje vejo,
Montanhas tão longínquas, ouço a voz
Que entranha meus ouvidos num atroz
Resquício do que outrora foi desejo.

Perdido sem destino, entregue ao pejo,
O amor este temível, duro algoz,
Tortura quando invade e vem veloz,
Carrasco que se mostra mais sobejo.

Meu peito em pleno alerta não consegue
Cessar a força intensa que prossegue
Atando nos meus pés frios grilhões.

Depois de tantos erros, aprendi?
Que faço se me entrego então a ti,
Matando o que restara de ilusões...
(Marcos Loures)