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Soneto do beijo
Guida Linhares
Voce chegou tão de mansinho,
aos poucos me surpreendeu,
falando com muito carinho,
sutilmente me convenceu.
E eu que estava tão tristonha,
sentindo que passara a vida,
em sutis nuances enfadonhas,
repliquei da palavra recebida.
Mas depois melhor pensando,
porque fechar a janela da alma,
quando alguem nos chamando,
para um doce beijo, nos acalma?
E assim vazando o sentimento,
em atitudes amplas e calorosas,
entrelaçaste o meu pensamento,
como num lindo buquê de rosas.
E agora, com teu beijo sonho,
na mansidão das madrugadas,
pois deixastes meu ser risonho,
ao resgatar amarguras passadas.
Quando chegar o grande momento
em que esqueceremos o mundo,
as horas plenas de encantamento,
serão seladas num beijo profundo.
Santos-SP, 08/02/06
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Soneto do abraço
Inês Marucci
Não prives os meus olhos
da candeia dos olhos teus,
quero meus teus espelhos
e nos ver além dos breus!
A noite afundada no dia
ausente do sonho navega,
meu coração só nostalgia
fronteiriça a noite amiga,
sonhos desejados posterga,
desfaz saudade em presença,
em olhar distante que abriga
minh’alma sublime descansa,
e sem que noite sombria a veja,
diviniza o teu corpo e abraça!
Santos-SP-01/02/2006