Luar do Piauí numa janela carioca (anderson fabiano e Teresa Cristina flordecaju)
Fecho os olhos
Por um desavisado instante
E imagino uma lágrima
Escorrendo vertente
No dorso da palma.
Escorre como mulher livre
Transparente como alma,
E provocante como uma deusa pagã.
A mão da fêmea
Recolhe a lágrima
Suave como uma amante
Deposita no peito desnudo
Finge um diamante
E sorri matreira
Com os caminhos tortos
Da gota solitária
Que enfim repousa amada
No bico castanho,
De sua janela pro mundo.
anderson fabiano
Meu corpo entre teus dedos
Escorre livre
Levando-me a alma
Provocando uma carícia
Feminina
Em tuas mãos de suave amante.
Olhos abertos num único instante
Recolhes como um deus grego
Minha lágrima
Em teu peito nu.
Pouso então em ti
Meus olhos castanhos
Sorrindo manhosa
Antes gota solitária
Agora uma janela de teu mundo!...