MAJESTOSA NAU
 
Veio tempo de viagens fantásticas...
como se do porto mãos acenassem
implorando aquele regresso,
partia assim livre garantindo voltar.

e veio o mar longínquo...
temperado de sal e sol
veio o mar com seus segredos
os dias, as noites sondar.

e veio incursões por nevoeiros...
aflita, conflito do tempo
submergia na sua pequenez
e retomava tranquila seu lugar.

e veio o mar tenebroso...
a fúria dos ventos,
ventos de além mar
lambiam, vergavam velas
ameaçava afundar.

e veio rota sem rumo...
embarcações de cá pra lá
distantes, indiferentes
buscando quem sabe
a si salvar.

e veio rota de volta...
embarcações aqui, acolá
sobreviventes, presentes
como se deve estar.

e veio o mar sereno...
muitos anos depois
voltaram os navegantes da paz
e veio majestosa a nau do mar!

Moly 


O RETORNO HUMILDE
 
Mãos acenam com desconfiança
pois, o que pode a nau garantir,
se ela mal começou a partir?
Só sentimentos de esperança
de todos, os mais profundos.
 
Os segredos infinitos do mar
que nem os deuses do tempo
conseguiram ainda decifrar
e eu, de longe, só contemplo,
parecem revelar outros mundos.
 
Então aquela nau tão soberba
se perde numa densa brisa,
os seus anais jamais realiza
e muitos sonhos de vida derruba,
ao perder de vez sua rota.
 
Então, ao descobrir sua pequenez
diante da divina natureza
percebe o grande erro que fez
ao exibir sua falsa grandeza,
suplica ao Criador sua volta.
 
Diante de tanta adversidade,
pensamentos e anos se passam,
cada vez mais, lhe ensinam
o que significa humildade
e a nau segue desamparada
 
Até que ventos mais serenos
lhe põem em águas calmas,
tirando a angústia de almas
que agora enxergam acenos,
acenos pela sua chegada.
 
Fernando Alberto Couto
Moly
Enviado por Moly em 21/06/2009
Reeditado em 14/08/2013
Código do texto: T1660349
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