SUAVE FRAGRÂNCIA e PINCEL E PENA
UM BELÍSSIMO POEMA QUE O GRANDE POETA SANDER LEE ENVIOU AOS SEUS AMIGOS, E QUE OUSEI REPLICAR
SUAVE FRAGRÂNCIA
Onde se encontram os rios
Eu estou lá assuntando
Ando sempre perguntando
Pra me livrar dos estios
O sorriso dos meus tios
Faz- me lembrar da infância
Eu sei que a discrepância
Faz parte do existir
Quero chorar ou sorrir
Mas em suave fragrância
Visitei a tua rua
E fiquei sob o sombreiro
Quebrei o meu mealheiro
Para te dar uma lua
Todo o meu rio conflua
Para o perfume das flores
Ando a correr dessas dores
Estéreis que o mundo tem
Pois ao poeta convém
Ser um amante das cores
Pago pelo teu sorriso
O preço de um orvalho
Se com meus olhos espalho
O meu cantar é conciso
Mas para viver preciso
Dos raios deste teu sol
Vou andar no arrebol
Pintar teu céu de amarelo
Tenho ângulo singelo
Se olhar de cima o atol (Sander Lee)
Olá, grande vate Sander. Empolgado pela beleza do poema "SUAVE FRAGRÂNCIA", deliberei furtar-lhe dois versos da 2ª estrofe, os quais tomei como mote para exaltar a relação do artista literário e sua arte com a arte plástica (o que eles - os versos - já sugerem), e que dei o título que aí vês.
PINCEL E PENA
A tinta, o pincel, a tela
O sentimento no ar,
O senso a canalizar
As formas da Arte Bela
Que assomam sem querela
Ao mundo dos criadores
Em proposta de sabores
Sejam daqui ou d’além;
Pois ao poeta convém
Ser um amante das cores.
Amar a vida a fundo
Pela arte de Tarsila
É cadência que burila
A tela, e faz o mundo;
É sentimento fecundo
Que traz aos lábios louvores
E subtrai muitas dores
Que do viver advêm;
Pois ao poeta convém
Ser um amante das cores.
O poeta se contorce
Entre as brumas da vida
Pintando em sua lida
A tela que lhe reforce
A alma, que tanto torce
Por um mundo de mais flores,
Reflexo de mais amores
Que da aquarela obtém;
Pois ao poeta convém
Ser um amante das cores. (Antonio Leal)
Minha gratidão ao fino poeta Sander Lee, por oportunizar este belo duo