SEM FACE

 
Meu silêncio fala,
enquanto minh’alma
longe do corpo que rola
inquieto na cama,
busca nessa ausência
uma resposta à distância.
 
Não entendo os espaços
e, no infinito, entre estrelas
meu coração procura
tua imagem pura.
 
Mas temendo que passe
o tempo ingrato e veloz,
só encontro vazias telas,
como se fossem minha face
sem cores e sem traços.
                            
     Fernando Alberto Couto
     SP – 17/06/09
 
 
DUPLA FACE
 
Quero ouvir teu silêncio
Ver as cores dos teus sonhos
Navegar em teu acordar
 
Cega ou vidente,
debruço-me sobre o tempo
ao fio das horas,
concebendo-me ao mundo
em dupla face,
vendo pelo espelho ao qual me nego     
outro semblante renascer

 
   Conceição Bentes
    RN – 17/06/09
 
                            
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 17/06/2009
Reeditado em 17/06/2009
Código do texto: T1653840
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