FIZ SILÊNCIO E CHOREI...
ATÉ A MADRUGADA
Sim, eu chorei. Dentro da noite.
Pela mazela que estive sobrevivendo...
Sim, eu chorei. E todas as minhas lágrimas
Me refizeram. Lavaram minh’alma adolescente.
Fiz silêncio, lágrimas escorrendo
Meu triste peito deu-lhes acoite
Vetei as dores, decretei que era hora
E da solidão desapeguei-me sem demora.
Sim, eu chorei. Dentro da noite.
Agradecendo. Sorrindo. Sofrendo
E cada lágrima tinha gosto amargo
Gosto de despedida na madrugada.
Lacrimejando, fiquei em tresnoite
Aos poucos, fui ao Pai bendizendo
O pranto derramei sem pudor
Pequeno, quedei-me em oração.
Todo o tempo que tenho te querendo
Pertencendo-te sem reservas...
Chorei... Dentro da noite...
Então sorri para as estrelas
Pedindo abrigo... um louco a gargalhar
Para o infinito...
Sim, eu sorri. Dentro da noite
E a lua com sua quietude platinada
Acalmou os meus pensamentos
O pranto já não se fazia necessário.
Denise Severgnini & Fátima Mota