Algemas /da liberdade
Não me prenda em algemas, / que estão a te escravizar
nem escorra em minhas veias / os teus poemas
como sangue que não quer estancar. / Como se preso em teias...
Não provoque a minha ausência / em contratempo,
nem me tatue de verdades / que são tuas,
que já se esgotaram com o tempo. / E estão em degredo.
Não me encontre na profana lua / do encantar,
das noites em segredo / que desalegre
insisto em visitar. / Pois, me falta o juízo...
Não me pinte em cores alegres, / nem te faças rochedo
dominado pelo meu sorriso. / Que te chama...
Sou matizes do teu profundo medo. / E de tudo o que mais quer.
Não crie em mim, uma dama... / Com vicissitudes...
sou apenas Mulher, / Livre de modelos,
sem grandes virtudes... / Mas, que dança a tua valsa,
que passeia em teus pesadelos / e sem nenhum pejo
...descalça... / cheia de vontade... Desfilo.
te fazendo arder de desejo. / No mais completo sigilo... da liberdade!
ANGELA LARA / Tânia Regina Voigt