MURMÚRIOS EM MIM

Ouve o som plangente de meu soluço perdido ao vento
nas cordas de teu violão empoeirado,
é cruel, um silêncio doloroso, mortal
e nas lágrimas que a mim restaram,
apenas escombros, sombras do passado.
O canto murmurante pêlos cantos da sala vazia
nas migalhas enraizadas em minha alma, solitária
águas que me lançam nas corredeiras frias, do nada.
Meus sonhos escoados em prantos de dor e saudade
no vácuo negro e triste destas sendas sem fim
são navalhas sulcando abismos dentro de mim.
Nos frangalhos de minha alma apenas tua doce lembrança
em meu corpo, teu amor, marcado a ferro e fogo,
nas madrugadas frias, meu pranto de dor.
No canto silencioso de teu violão,
restou a mim, teu último murmúrio de amor.

Milamarian 
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Murmúrios em mim

Em mim apenas murmúrios,
ecos perdidos de nós mesmos...
Ecos mal refletidos nas coisas suas,
coisas poucas , em nosso quarto espalhadas!
No mais apenas silêncios,
e assim mesmo tão doloridos!
E nas lágrimas
que insistem em lavar a minha cara,
apenas lembranças...
De nosso passado,
Nos quatro cantos deste quarto, vivido,
onde ensaiamos um amor agora rompido,
apenas fantasmas...
As imagens em mim de teus abraços,
as sensações em mim de teus beijos...
As sensações de meu corpo,
entregue a seus desejos loucos,
tudo escombros...
Escombros que me tem soterrado!
A minha alma se reveste de frangalhos,
retalhos de memórias de amor,
das sensações de teus beijos,
do calor de nossos corpos,
nus e expostos ao prazer, agora rompido!
O olhar que me lanças,
olhos verdes no porta retrato,
facas afiadas que me estilhaça,
que faz o meu coração sangrar!
O olhar com que me fita a distância,
me traz á lembrança,
teu último murmúrio de amor!
Minha última alegria ao te amar!

São Paulo 20/05/2006 
Edvaldo Rosa