ANA X EURIPEDES - A DOIDA E CERVANTES
A DOIDA
Vai fingindo que é pra ela
O beijo do beija-flor
Se sente numa aquarela
Quando vê grande pintor
A música ouve e pensa
Que é seu o compositor
Veste seu corpo nu
Com a brisa e o ar
Passa diante do poeta
Só pra ele se encantar
Sua boca rubra e macia
Fala coisas sem sentido
Numa hora de loucura
Tatua o próprio umbigo
Coloca letras no varal
Para o vento balançar
Entrega-se sem censura
Sem saber sequer amar
Mas o poeta não quer motivo
Para assim se apaixonar
Foi assim que a pobre doida
Encontrou com Cervantes
Montou em seu cavalo
Seguindo um doido errante
E assim seguiu viagem
Dentro do peito a certeza
Gritava de tanta vontade
Que queria do peso a leveza
A doida seguiu feliz
Entre sonhos e fantasias
Hoje compõe canções
Versos e poesias
ECOS DE CERVANTES
Ah Dulcinéia
Minha doce princesa
Minha linda plebéia
Teus encantos tantos
Dados pelos cantos
Encantam a tantos!
Teus fartos desejos
Tua oferta de beijos
Teu riso solto
Tuas fantasias
Tua alegria
E tuas orgias
Me encantam!
Por ti vencerei moinhos de ventos
Serei teu escravo
E teu cavaleiro
Te darei castelos
E apartamentos
Meus sonhos
Delírios
O mundo inteiro!
Serei teu vassalo
Serei teu amante
Sem reino
Sem cavalo
Sem Rocinante!
PS: MAIS UMA VEZ AGRADEÇO A ESSE INCRÍVEL AMIGO POETA QUE ME ILUSTRA O "CANTO" COM SUA BRILHANTE E SENSÍVEL PARCERIA. OBRIGADO MEU AMIGO EURIPEDES BARBOSA RIBEIRO. VALEU!!!!!!!!!!!!!!!!