Agonia sem Amor

Meus pensamentos exauridos e tristes

Submersos na inconstância... Acintes...

Tentam em vão, racionalizar este sentimento

Enrodilhado em funesto pensamento...

Tão desprovido de suas antigas belezas.

Tão dorido e povoado de incertezas...

Esta alcova sem ti e sem nossas fantasias,

Claustro de dissabores sem antigas euforias

Quatro paredes frias! Tornou-se o meu cárcere!

Sem alforria, feneço em amargura célere...

Dias sem sol, brumosas e eternas noites.

Sombras sem luz, lúgubres sem afoites...

Meus gritos!... Açoites que ecoam surdos

(reminiscências de teus absurdos)

E mudos, somente em meus ouvidos reverberam

Caustica e silente... Desesperos me toleram...

Tuas ausências... Teus insultos!

Ultrajes maldosos sem indultos...

Minh ’ alma inteira coberta de chagas

Repleta de sensações amargas...

Vagueia atônita... Sem viço, sem destino

Compelida a trágico desatino...

Pressinto o meu porvir tão malfadado.

Futuro encarcerado sem o ser amado!

Sou um morto, e vivo desta agonia

Olvidei o que chamava alegria...

Entregue a minha mórbida sorte.

Fiz meu epitáfio à morte...

Arroguei-me sem piedade... Esta sina.

Imputei-me nesta existência clandestina

Juliana Castelar

Denise Severgnini

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 11/04/2009
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