ALVA LUZ-Mario Roberto Guimarães/ Maria Thereza Neves

ALVA LUZ

Mario Roberto Guimarães

Canta, ó verso livre que me sai do peito,

O que te dita a minha alma desolada,

Mostra o que existe no cruel mundo do nada,

Fala da solidão sem fim, que não tem jeito...

Vai consolar a criatura amargurada,

Levar a quem lamenta um sonho desfeito,

A esperança de, num mundo imperfeito,

Surgir a alva luz que nos clareie a estrada...

Faz da tua voz o alento a um aflito,

Da tua rima, um princípio de esperança,

Das tuas asas, um abrigo ao sofredor...

Torna-te aquele arauto a propagar o amor,

Mata, do infeliz, a sede de vingança,

Então verás um mundo muito mais bonito.

&

ALVA LUZ

Maria Thereza Neves

Ressoa os sinos e as mãos em preces,

Nas catedrais ,universos do mundo ,

Por homens, mulheres que padecem,

Descrentes dos poderosos donos de tudo.

Os dias correm e o tempo corrói ,

As almas esfaceladas das pátrias,

O sangue jorra em terras famintas, dói.

Não há como deter as pragas áridas.

Que juntemos nossos clamores ,

Esperanças , luzes , amor em elos ,

Por tantos desafetos e horrores.

Sejamos poetas das dores,dos aflitos,

Em defesa dos nossos irmãos sem irmãos,

Ou nada mais restará com tantos conflitos.

04/04/09

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 04/04/2009
Reeditado em 04/04/2009
Código do texto: T1521753