Ana x J C Cavalcante
Essência
Minha vida reclama um corpo
Que corajosamente camuflo com minha dor
E se a dor me serve assim é porque a dominei
Consegui ir além da matéria existente
Da carne concreta que apodrece, fede, acaba
Indiferente de sentir vou acontecendo pelo ar
Se em teus versos me debrucei
É porque a dor me acompanhou e sorriu
Agora sou a tinta de sua caneta
É meu cheiro que exalas exausto de escrever
É meu corpo que manipulas em tuas noites de insônia
Teus versos nada mais são do que orgasmos múltiplos
Que chegamos através de suas rimas silenciosas
Penetro em tuas narinas te entorpecendo
Com o veneno que exala de minhas entranhas
Aquelas que você nem julga conhecer
Sou tuas linhas que você ainda vai escrever.
Ana
Li tua poesia e escrevi sobre ela, literalmente esse pequeno poema.
Sinto meu corpo reclamado
Delicadamente disfarçado em pano multicor,
Sinto a dor buscar minha presença,
Além da carne o calor de tua crença.
Minha carne morta revive em teus versos,
Meu sangue o vermelho de tuas rimas,
Singrando meu perfume em teu ser,
Esperando o que escreves para eu ler.
J C Cavalcante
P.S.: Fiquei muito emocionada com a reciprocidade encantadora e delicada desse nosso amigo recantista. Não deixem de visitá-lo, sua obra retrata seu ser gentil e sensível. Obrigado J. C. Meu cantinho está cada vez mais perfumado.
Ana