ERA JULHO ... -José Geraldo Martinez/Maria Thereza Neves
ERA JULHO...
José Geraldo Martinez
Na poesia mais linda que fiz,
Coloquei lembranças
Do amor que tínhamos, aprendiz,
Em nossos corações quase crianças!
Na poesia mais linda que fiz,
Lembrei-me de nossos juramentos...
Corações cravados nos arvoredos,
Resistindo bravamente ao tempo!
Das tuas tranças...
Teu peito arfante !
O primeiro beijo que o chão levou ao céu,
E o céu à terra ao mesmo instante...
Na poesia mais linda que fiz, lembrei-me
De nossas primaveras,
Onde as flores cobriam os jardins.
No esconde-esconde, tu a correres,
Dentre elas procurando por mim!
Das vezes que viajavas...
Quanta saudade eu sentia!
Século a parecer que demoravas,
Até que de repente, aparecias...
...E corrias me abraçar!
Inocentes almas apaixonadas...
Em nossos quinze anos tão precoces,
Vidas enfim, cedo, separadas!
Na poesia mais triste que fiz,
Lembrei-me desse dia infeliz,
Quando de mim te despedias
Com duas lágrimas frias...
Era julho...
A névoa cobria os caminhos!
Eu tentava ainda ter orgulho
E chorei baixinho...
Entre os pés de primavera eu te espiava,
Com a dor maior que um menino podia ter!
Era julho . Meu olhar te seguiu pela estrada,
Até que não mais podia te ver!
Não veria teus quinze anos...
A valsa que prometemos dançar!
Estão na poesia mais triste que fiz,
Saíam rimas que parecem sem par...
Na época? Pobre de mim!
Versos inocentes ...
Besteiras!
Coração flechado e pronto!
Num tronco solitário de mangueira...
Hoje? Mês de Julho...
Escrevi a poesia mais triste que fiz!
Razurados pingos de minha lágrimas,
Num papel, sem orgulho...
Com saudade de ti, de mim, de tudo!
&
ERA JULHO...
Maria Thereza Neves
Sim ,inesquecível julho
que encanta, acorda mil magias
quando recebi a mais linda poesia
descrevendo nossos passos
que já se vão tão distantes!
Era tão pura, tão verdadeira
sentia que dormia meu sono, meu sonho
guardando tantas, tantas lembranças
quando nossas mãos se encontravam
todas as estrelas acendiam.
Cada frase, cada linha tua
deslizavam ,percorriam minha face
cada estrofe um beijo,uma carícia
recordações dos suaves dias
em tão doces rimas de amor...
Hoje,cada julho que o calendário abre
vou guardando cada hora, segundo
esperando que não corra tanto
para meus pensamentos voarem
e chegarem bem perto de ti.
Muitas vezes a distancia era grande
a saudade profunda atormentava
o mundo deixava de existir
as flores perdiam o aroma
até que teu sorriso aparecia
alargando ,juntando ao meu.
Desenfreados batimentos do coração
corríamos, fechávamos abraços
como se jamais tivesse partido
que julho sempre voltava
com você, minha poesia inteira.
De repente um tão triste dia
não era mais julho
não poderia jamais ser
uma poesia muito triste
tão cheia de lagrimas
manchando aquela poesia linda!
Sim, era julho novamente
não havia como duvidar, mas
esse era sombrio, vazio
sem folhas, primaveras
gelava a alma como o frio outono
sem campos verdes
onde plantamos tantos sonhos!
Mesmo assim, novamente escreveste
a mais triste poesia
a mais linda poesia sangrando
daquele adeus trancando portas
retrato traçando nossa vida...
Caminhos cheios de felicidade
o amor vivido com tanto amor
jamais, jamais esquecido
estava escrito nas estrelas!
Mesmo que o vento, a chuva
apague letras tão queridas
na alma estarão para todo o sempre
e para sempre será JULHO!
28/01/2009
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