As lágrimas procuram pela foz



E a voz
fica sem som,
lágrimas
correm lentas ...
(ivi)


As lágrimas procuram pela foz
Depois de conhecerem mil cascatas
As horas solitárias, inexatas
Falando assim da dor que existe em nós.

Não quero a poesia como algoz,
Sequer isolamento destas matas,
Só peço, meu amor, que enfim reatas
Com muito mais firmeza nossos nós.

Silêncio perturbando o nosso sono,
Sentindo com terror este abandono
Jamais conseguiremos ser felizes.

Por isso, companheira; aqui te espero,
O olhar da solidão, terrível fero,
Realça as mais antigas cicatrizes...
(Marcos Loures)